O professor e o bobo Eu sou a presa e o lobo Sou pai, sou filho e não sou santo O voo, a queda, a cicatriz Chorei, sorri, travei, curti Vivi, bati, levei, cresci, menti Cobrei, paguei, sonhei, senti Só eu sei O quanto em pouco vivi Eu não entro nessas Pago contas e promessas Só divido o que interessa, tenho pressa E nada mais me prende aqui Não espero nem me desespero Quando quero faço inteiro Imbuído nas verdades que eu mesmo escolhi Só eu sei O quando em pouco vivi E recebi tudo aquilo que plantei De bom e de ruim A vida é assim Me juntei a um bando de poucos Livres, soltos, incríveis e loucos Filhos da arte, finos em parte, grilos à parte Cada qual um disparate, não importa Eu sinto muito Eu sinto muito prazer em viver tudo Do amargo o doce Do fim o início Meus princípios, meus meios Dos limites que não tenho, o preço Do tesão, da raiva, do ódio Da impaciência, do desespero e da intolerância, o tempo E do amor... o amor! Só eu sei O quanto em pouco vivi