Quanto mais eu rezo, mais meu mundo cai Quanto mais eu rezo, mais Quanto mais eu rezo, mais meu mundo cai Quanto mais eu rezo, mais Desde cedo pé no chão No centro ou na periferia Nas carcaças, horas frias Becos e maresias Cria, mãe, sorri, sofria A dor do parto e da partida Caída no chão, olhando o filho que a vizinhança conhecia Desesperada, para e pensa na dor que não merecia Chora a mãe, a vó, a filha E aquele ser que a dizia: "aborto não" pois mataria Agora é personagem principal Dessa história real e desse aborto policial feito na periferia Sinto que algo esta por vir Ou melhor, sinto que algo está pra voltar A mesma angústia é sentida, o pesar Nos ombros ameaça o encontro brusco entre o lábio e o chão Fico leve e isso é só o tempo entre um baculejo e outro Quanto mais eu rezo, mais Que que você quer ser quando você crescer Alguma coisa importante