Eu não chego a ser mais Que um gigolô Me misturo com a calçada Vendo falso amor Mas eu Não me dou Nenhum amor Solto risos frouxos Sem motivo algum Me dedico a contar notas Na penumbra azul Mas não Conheci Amor nenhum Minhas faces são retalhos De cores artificiais Marcas luminosas Slogans, dentes e sinais Eu não chego a ser mais Do que um pobre gigolô Que ouve atrás da porta E espreita teu amor Ouço a tua carne O som da respiração O ranger da cama Acende a minha emoção O maço de cigarro E a foto da pessoa morta Servem de consolo E me cantam bossa nova E toca assim