Tenho uma gateada ruana, malacara pata branca Buena de encontro e de anca, sempre enrolada na graxa Porque um índio de bombacha tem de andar bem embarcado Pra pechar toruno alçado e rebentar tampa da caixa Tenho um casal de ovelheiros, uma cadela barbuda Escolta que muito ajuda no ofício de camperear Se a volta é de amadrinhar hay que empenhar a camisa E se o Rio Grande me precisa, sabe adonde me encontrar Quando o Rio Grande precisa sou dos que saltam primeiro Seja pra um tiro de laço ou pra sovar um caborteiro Seja pra apertar um terneiro nos dia de marcação Se vê o valor de um campeiro nas horas de precisão ♪ Tenho um poncho Campomar, um chapelão aba doze Que me sustentam na pose de tropeiro e domador À culatra ou no fiador, faço a parte que me toca Cruzando quilos de tropa por léguas de corredor Moro num fundo de campo dónde me sinto à vontade Me fiz de força e bondade da gente deste lugar Meu mundo é pampa e luar, sol forte, tormenta e brisa E se o Rio Grande me precisa, sabe adónde me encontrar Quando o Rio Grande precisa sou dos que saltam primeiro Seja pra um tiro de laço ou pra sovar um caborteiro Seja pra apertar um terneiro nos dia de marcação Se vê o valor de um campeiro nas horas de precisão