Ao romper da madrugada, encilho o pingo com jeito Enquanto um galo abre o peito, meu cusco perde o sossego Risco a frente do galpão, retalhando com as choronas E o orvalho se emociona e chora um pranto nos pelegos Rincão curtido no tempo, querência cor das auroras Desperta o Rio Grande inteiro no tilintar das esporas Desperta o Rio Grande inteiro no tilintar das esporas ♪ Estampa rude de taura, pilchado da bota ao pala Que até o chinedo se cala pra um olhar de reverência Não há quem não note o pingo que pisa macio no pasto Ringindo o couro do basto no corredor da querência Rincão curtido no tempo, querência cor das auroras Desperta o Rio Grande inteiro no tilintar das esporas Desperta o Rio Grande inteiro no tilintar das esporas ♪ O recital da cordeona debaixo de um arvoredo Confessa todo o segredo da inspiração dum gaiteiro Chinocas de olhar matreiro parece queimar a gente Com miradas tão ardentes qual o fogo de um braseiro Rincão curtido no tempo, querência cor das auroras Desperta o Rio Grande inteiro no tilintar das esporas Desperta o Rio Grande inteiro no tilintar das esporas