Nasci na pampa azulada e da minha terra eu sou peão Estampa de índio campeiro que foi criado em galpão Gosto do cheiro do campo e do sabor do chimarrão E de dobrar boi brabo a pealo nos dias de marcação Gosto de fazer um potro se cortar na minha chilena Pra sentir o sopro do vento me esparramando a melena Pra sentir o sopro do vento me esparramando a melena O vento vem e só esparrama a melena de quem tem Né, companheiro? É verdade É o nosso caso Meu sistema de gaúcho é mais ou menos assim Uso um tirador de pardo arrastando no capim Eu uso uma bombacha larga com feitio do melhor pano E um trinta ao correr da perna com um palmo e meio de cano Gosto de fazer um potro se cortar na minha chilena Pra sentir o sopro do vento me esparramando a melena Pra sentir o sopro do vento me esparramando a melena Crinudo que sacode arreio engancho só na paleta Pois as esporas que eu uso tem veneno na roseta Eu tenho um preparo de doma trançado com perfeição Que é pra fazer qualquer ventena saber quem é este peão Gosto de fazer um potro se cortar na minha chilena Pra sentir o sopro do vento me esparramando a melena Pra sentir o sopro do vento me esparramando a melena O dia em que eu não puder aguentar mais o repuxo Talvez o Rio Grande diga lá se foi mais um gaúcho Mas enquanto eu tiver força, laço domo e tranço ferro E na invernada do mundo mais um rodeio eu encerro Gosto de (Fazer um potro se cortar na minha chilena) Pra sentir (O sopro do vento me esparramando a melena) Pra sentir o sopro do vento me esparramando a melena