As nuvens enfeitam o azul do céu Sombreando o chapéu de abas pra cima ♪ Um dia acordo zulu continente E o corpo presente e o frio da coxilha A cuia descansa com erva lavada Foi-se a madrugada, é a hora da encilha Meu ruano relincha no peso do basto Batendo os cascos no lombo da estrada A lida começa pra quem vive dela E depois da cancela o poncho é minha morada As nuvens enfeitam o azul do céu Sombreando o chapéu de abas pra cima E águas no açude espelham grandeza Nos dando a beleza de uma obra-prima Assim eu sustento minha estampa serrana A vida aragana e as coisas que trago Me basta um rancho, uma china e um cavalo O resto é regalo, churrasco e mate amargo ♪ Relinchos de potro pelo descampado No chão esverdeado de trevo e capim Sinuelando a tropa nos campos da serra Algum touro berra em tons de clarim Esse é o Rio Grande que trago comigo No sistema antigo que herdei dos avós A vida moderna pouco me afronta E de pé me encontra nestes cafundós As nuvens enfeitam o azul do céu Sombreando o chapéu de abas pra cima E as águas no açude espelham grandeza Nos dando a beleza de uma obra prima Assim eu sustento minha estampa serrana A vida aragana e as coisas que trago Me basta um rancho, uma china e um cavalo O resto e regalo, churrasco e mate amargo ♪ Na costa do mato de sombra comprida Uma cruz esquecida aos olhos dos seus Murmúrios de sanga e da vida selvagem Sonorizo a imagem pintada por Deus Um bando de gralhas enterra pinhões Como guardiões destes pinheirais Replantam esperança pra sua espécie E também fortalecem a vida dos demais As nuvens enfeitam o azul do céu Sombreando o chapéu de abas pra cima E águas no açude espelham grandeza Nos dando a beleza de uma obra prima Assim eu sustento minha estampa serrana A vida aragana e as coisas que trago Me basta um rancho uma, china e um cavalo O resto e regalo, churrasco e mate amargo