Meu mate ficou amargo e as tardes mais compridas Saudade calçou esporas por se cansar dessa vida As noites deitam em silêncio, trazendo lua de outono E o rancho adormece quieto no mais completo abandono ♪ Triste no rancho solito, mateando na tua ausência Chega amargar a palavra, judiando minha existência No lugar dos nossos sonhos que apontavam um só caminho Hoje só restam lembranças pra quem mateia sozinho ♪ A tarde nubla meus olhos, ofuscando as belas cores Tal qual garoa guasqueada que castiga os corredores Trazendo os frios do inverno pra um templário coração Que adormece amargurado por cansar da solidão ♪ As horas se passam lentas na preguiça dos ponteiros E um galo recita versos, poema de amor campeiro Parece cantar teu nome, por conhecer minha dor E sabe que o tempo é curto pra quem vive de amor