Quero ficar no teu corpo feito tatuagem Que é pra te dar coragem pra seguir viagem Quando a noite vem E também pra me perpetuar em tua escrava Que você pega, esfrega, nega, mas não lava Eu quero brincar no teu corpo feito bailarina Que logo te alucina, salta e te ilumina Quando a noite vem E nos músculos exaustos do teu braço Repousar frouxa, murcha, farta, morta de cansaço Eu quero pesar feito cruz nas tuas costas Que te retalha em postas, mas no fundo gostas Quando a noite vem Eu quero ser a cicatriz risonha e corrosiva Marcada a frio, ferro e fogo em carne viva Coracões de mãe, arpões, sereias e serpentes Que te rabiscam o corpo todo mas não sentes