São as saudades que nos trazem as tristezas É o passado que nos dá a nostalgia E é o mar que tem sempre as marés presas Naquela praia onde inventamos a alegria São os meus olhos que não guardam o cansaço De querer sempre, sempre, amar até ao fim E toda a vida é um poema que não faço E me persegue na paixão que trago em mim Ai do vento, ai do vento Que transparece o lamento Da minha voz sem te ver; Ai do mar, seja qual fôr Que me recorda o amor E não mo deixa esquecer É sempre bereve, ou quase sempre, a despedida É sempre calma, ou quase sempre, a solidão E é esta a calma que destrói a nossa vida Nada é breve nas coisas do coração E ai do vento, e ai do mar, e tudo mais Que assim me arrasta, que me faz viver na margem De um rio grande onde navegam os meus ais E onde a vida não é mais que uma viagem