Toma lá colchetes d'oiro Aperta o teu coletinho Coração que é de nós dois Deve andar conchegadinho P'ra ficar mais lindo ainda Teu coletinho de rendas Aqui trago minha querida A mais modesta das prendas Não quero que tu te ofendas Nem que tomes por desdoiro Não te ofertar um tesouro Digno de teu coração Mas dados por minha mão Toma lá colchetes d'oiro São minúsculas estrelas Que se perderam no ar E a Lua p'ra reavê-las Pôs de atalaia o luar Ainda as pude apanhar No meu nocturno caminho E fiz delas com carinho Estes colchetes, portanto Minha boneca de encanto Aperta o teu coletinho Se fores de noite à rua Deves guardá-los com jeito Não quero que a dona Lua Toque ao de leve o teu peito Que eu sempre guardei respeito Pela grandeza dos sóis Mas vim a saber depois E fiquei compenetrado Que deve ser respeitado Coração que é de nós dois