(Rosalinda, Rosalinda, Aah ah ah...) Era por manhã de Maio Quando as aves a piar As árvores e as flores Tudo se anda a namorar Havia a rosa dos ventos E uma canção de embarcar Havia um homem sem nome Que se ia a enterrar Havia um trevo na boca Cansada de protestar Havia gente sem barco Nos barcos que iam ao mar Rosalinda não sorriu Nem alguém a viu chorar Rosalinda não partiu Nem alguém a viu chegar Viam-se corvos nos mastros Dos barcos a navegar Morriam estrelas nos olhos De quem vinha lá do mar Veio um bando de gaivotas Com penas cor do luar Misturou o luto nas ondas Que à praia vieram dar Rosalinda não falou Nem alguém a ouviu gritar Rosalinda então cantou Mas ninguém a ouviu cantar E Rosalinda morreu Já cansada de cantar Quando, no céu, se acendeu A estrela de navegar E Rosalinda passou Da Galiza a Gibraltar Nas velas que alguém soltou No verde lençol do mar E Rosalinda levou Nos olhos a maresia Quando o vento perfumou Todo o pinhal de Leiria Mas um poeta cantou Por amor ou por castigo A morte de Rosalinda Nesta cantiga de amigo