Eu gostava muito de satisfazer os pedidos de várias pessoas Mas realmente, tudo o que é demais enjoa É sempre preferível ser desejada que ser aborrecida Portanto eu canto mais uma cantiga Se se lembrarem e quiserem fazer o favor eu agradeço Depois se acharem que ainda têm desposição Eu conto mais duas histórias, respiro um bocadinho O Charles Aznavour dizia que quando um cantor conversa com o público Até os 30 anos, é pra fazer charme, imenso charme Depois aí dos 45, 50, quando para é pra ver se se lembra da letra Depois os 60 é mesmo pra descansar Corpo de linho Lábios de mosto Meu corpo lindo Meu fogo posto Eira de milho Luar de Agosto Quem faz um filho Fá-lo por gosto É milho-rei Milho vermelho Cravo de carne Bago de amor Filho de um rei Que sendo velho Volta a nascer Quando há calor Minha palavra dita à luz do sol nascente Meu madrigal de madrugada Amor, amor, amor, amor, amor presente Em cada espiga desfolhada Larararai lararai... ♪ Minha raiz de pinho verde Meu céu azul tocando a serra Oh, minha mágoa e minha sede Oh, mar ao sul da minha terra É trigo loiro É além Tejo O meu país Neste momento O sol o queima O vento o aira Seara louca em movimento Minha palavra dita à luz do sol nascente Meu madrigal de madrugada Amor, amor, amor, amor, amor presente Em cada espiga desfolhada Larararai larararai... Olhos de amêndoa Cisterna escura Onde se alpendra A desventura Moira escondida Moira encantada Lenda perdida Lenda encontrada Oh, minha terra Minha aventura Casca de noz Desamparada Oh, minha terra Minha lonjura Por mim perdida Por mim achada Larararai... (Obrigada, até sempre, boa noite) Larararai larararai...