A cidade não está fácil Está cada vez mais difícil É preciso se esconder E a cada vez menos lugares pra isso Chamando todos os carros Confusão nas imediações do bairro Os cães latem A cidade está me chamando Eu olho ao redor e não me interessa Se estou devagar e todos estão com pressa Não param pra pensar Não param de falar Todos querem entrar pelo buraco da fresta Caminhando pelos becos aconchegantes Da cidade que repousa mas não para Se arrastando pelas noites quentes de dezembro Mergulhando ao som dos cacos de vidro Das garrafas estilhaçadas Dos cantos onde permaneço escondido No ponto como se estivesse apenas esperando Eu olho ao redor e não me interessa Se estou devagar e todos estão com pressa Não param pra pensar Não param de falar Todos querem entrar pelo buraco da fresta Eu olho ao redor e não me interessa Se estou devagar e todos estão com pressa Não param pra pensar Não param de falar Todos querem entrar pelo buraco da fresta