Kishore Kumar Hits

Primeiro Ato - Eduardo a Voz do Favelado şarkı sözleri

Sanatçı: Primeiro Ato

albüm: Rap Rua Verdadeiro


Eu vivo em meio às trevas que matam uma pessoa a cada nove minutos
Onde mães marcham por justiça
Segurando velas e cartolinas com fotos de filhos assassinados
Onde sua cor e padrão econômico
Definem a sua expectativa de vida e os direitos que você tem acesso
No matadouro que dilacera a carne dos esquecidos
Crianças abandonadas pela sociedade brincam de chefes do crime organizado
Crianças abandonadas pela sociedade
Sonham com pais e mães que foram aprisionados
Sonham com pais e mães que foram mortos pela polícia
São estupradas e barbarizadas pelo Estado e pelo playboy cuzão
Que rouba a favela pra desfilar de SUV de luxo
Ainda na infância os carrinhos e bonecas
São trocados por revólveres com numeração raspada
Ainda na infância a proteção do ECA vira cinzas
Em uma das milhares de Cracolândias
Articuladas pelos governos municipais, estaduais e federal
Seguimos cometendo latrocínios, torturando em cativeiros
Invadindo condomínios de alto padrão e furando blindagens
Porque essa é a vontade dos insetos imundos
Que ostentam sua burrice através de colares de diamantes
Quando nos privam da educação
Estão pedindo para torrar dentro de um porta-malas em chamas
Quando reduzem a constituição federal a um livro de piadas
Estão pedindo para serem reconhecidos pela arcada dentária ou pelo DNA
Enquanto os deuses da carnificina
Saboreiam as vitórias de seus cavalos em corridas no Jockey
O martelo seletivo do judiciário
Não dá chance pros que nunca tiveram chance
De progredir socialmente, profissionalmente, intelectualmente
Bilhões de reais são gastos em políticas de massacre
O dinheiro que financiaria o Brasil em paz
É investido no sistema prisional desumano
Nas medidas socioeducativas inúteis
E no aparelhamento de esquadrões da morte legalizados
A meta não é formar cidadãos, apenas subalternos, detentos e defuntos
Em pleno ano de 2015 somos mantidos em senzalas modernas
Somos escravizados em subempregos humilhantes
Em pleno ano de 2015 construímos os bairros
Que seremos proibidos de entrar
Os carros que nunca dirigiremos
Os prédios que subiremos pelo elevador de serviço
Enquanto a polícia não nos mata e forja uma troca de tiros na cena do crime
Nos deixam ler apenas os livros que ampliam nossa submissão
Dentro ou fora das prisões
Não temos permissão para ler escritos libertários e revolucionários
Os textos que normalmente temos contato
Durante toda nossa sofrida existência são os parágrafos contidos em obituários
Inquéritos policiais e processos judiciais
Com nossos nomes ou de parentes e amigos
As ruínas abaixo da linha da indigência me ensinaram
Que pessoas comuns cometem crimes por necessidade ou indução
Já a classe abastada rouba merenda, espalha vírus
Vicia, alcooliza, esconde a cura de doenças por ganância e egoísmo
Aprendi que nas grades insalubres do sistema penitenciário estão as vítimas
E que nos endereços mais valorizados e vigiados do país
Moram os tiranos na nação
Não tenho medo de exteriorizar os meus sentimos
Minhas convicções e principalmente meu ódio
Eu quero que todo jato abastecido com sangue do mais humilde exploda
Eu quero que toda mansão erguida sobre cadáveres de excluídos
Seja assaltada e queimada
E que todo opressor nutrido com suor e as lágrimas de um oprimido
Seja dizimado por armas de grosso calibre
Desenhadas por seus próprios projetistas
E produzidas em suas próprias fábricas
Ai inimigo cruel, tirano e filho da puta
Aquele que escreveu as frases que te fizeram borrar nas calças
Se chama Eduardo
É um militante do gueto que para o seu desespero
Vai ficar o front até que o último de nós seja salvo
E para piorar para você
Igual a mim têm vários outros homens bombas no seu encalço
Com a mesma ideologia combativa, revolta e sede de justiça e vingança
Te apresento meus parceiros do 1° Ato
Foda-se suas .40, suas tropas de homicidas, seu Estado genocida
Seu poder financeiro e sua mídia tendenciosa e manipulados
Toda sua força destrutiva
Não é capaz de intimidar aqueles que têm a mentes livres de sua alienação
Eu Eduardo, Luís Fernando, DJ Cléber e Mano Gordinho
Sabemos o porquê de cada desgraça que atinge os bolsões de miséria
Sabemos o porquê de cada urna funerária
Sendo velada nos cemitérios que mais enterram jovens no mundo
E a onde está alicerçada a fortuna dos grupos dominantes
Nem perde tempo mandando rato fardado jogar em cima de nós
Apologia ao crime, formação de quadrilha ou atentado terrorista
Porque as nossas metralhadoras verbais só vão parar de atirar
Quando cada arrombado que ataca a periferia
Tiver numa cela ou à sete palmos abaixo da terra, terra, terra...

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