Tudo em você me inebria Deve ser o vinho Deve ser o mar Tudo na praia vazia Vem devagarinho Pra lhe acarinhar Concha soprando alegria Cavalo marinho Salobro colar Lua na barra do dia E algum burburinho Só pra lhe embalar Antes da última taça Passo da vigília Pra contemplação Tudo em você me ultrapassa Feito aquela quilha A rebentação Acho que a onda lhe abraça E a torre da ilha Lhe manda um clarão Tocam-lhe as algas por graça A garça é uma filha O peixe um irmão Minha vida é devida Aos seus olhos, rainha de sal Pois você, só você Transfigura esse meu litoral Tudo em você me namora Súbito evapora Não deixa sinal Nem sinal Nem sinal