Era o povo pequenino, pés descalços na geada Era o povo pequenino, na cartilha da pancada Era o povo pequenino, já puxava pela enxada Era o povo pequenino a chorar na tabuada Morder os dentes, lamber os beiços Molhar pão velho na caldeirada ♪ Ai, povo pequenino, pés na lama do destino Ai, povo pequenino, pés na lama do destino Não te pesa o coração com o chumbo da lição? Não te pesa? Ai, povo pequenino tão humilde e cabotino Ai, povo pequenino tão humilde, tão escarninho Não te dói no coração o estilhaço do canhão? Não te pesa? ♪ No mar, a boiar, são cravos No fundo, há feitos escravos Ai, quanto do teu sal Ó, povo pequenino, pobre povo pequenino Ó, povo pequenino, pobre povo pequenino Não te pesa o coração tanto medo da canção? Tanto amor ao bastão