Quatro borboletas entram no meu quarto Que eu nunca hei de voltar a ver Ligam-me "oh Sala, bora ao Bairro Alto" Eu digo "vou jantar e vou lá ter" O tempo é uma imposição Não lhe dês atenção E cai com ele Até que ele não seja nada Trinta borboletas voam sem destino Quatro delas estão voltando atrás Ligam-me "oh Sala, sabes o caminho?" Eu digo "sabes bem que tanto faz" O tempo é uma comichão Não lhe dês atenção E vai com ele Até onde ele não acaba Quatro borboletas entram no meu quarto Que eu nunca hei de voltar a ver Ligam-me "oh Sala, bora ao Bairro Alto" Eu digo "vou jantar e vou lá ter" O tempo é uma imposição Não lhe dês atenção E cai com ele O Capitão Zarco fumava barbas de milho apoiado Numa perna de pau, cheirava a mijo em todo o lado Tem cara de mau, eu bebo vinho e estou tocado Não encravo mas estou farto de tar perdido no barco Há não sei quantos dias no Atlântico Eu procuro o quê? Ilha da Madeira e sexo tântrico Eu tou no barco do Zarco, sem stress Tenho escorbuto mas não parece nem desaparece Dá-me rum e bagaço, dá-me bagaço e rum Isto é um por todos, todos por um Somos três mosqueteiros dali ou marinheiros daqui Eu estou no barco com o Armando a navegar por aí Tou remando, tou armando, marinhando, marinando Nas margens do Escamandro já fiquei sem um escafandro Terra à vista, terra à vista mentira Tou sonhando com a grelhada mista ainda Piqueniques para infantes e Henriques na mira Bananas são aos montes numa cesta faminta Num barco sem tinta perdido na penumbra Contei os grãos de areia todos, não cheguei a conclusão nenhuma