Um fim de tarde de um dia qualquer Eu sinto uma vontade incontrolável de chorar Um bombardeio de sensações horríveis Parecia que havia alguém Atravessando Vagarosamente por todas as meninges protetoras de meu cérebro Vou ao banheiro Tiro minhas roupas e sento no vaso Enquanto aperto minhas mãos com minhas unhas Arranho os meus braços Com muito esforço e medo Consigo tomar meu banho Meu corpo relaxa e vou até meu quarto Onde tudo se recomeça O inferno desesperador de orações de minha cabeça Eu me sento com meu travesseiro em minhas costas E minhas pernas dobradas Como se fosse algum tipo de proteção Contra algo que não existe Não consigo gritar Parece que existe uma bola de bilhas presa em minha garganta Me impossibilitando de que eu possa clamar por ajuda Essas reflexões que perturbam Causam um extremo sentimento claustrofóbico Não consigo sair de cima da minha cama Era o único lugar que eu me sentia seguro Mas ao mesmo tempo exposto Uma sensação horrível Cada batia do meu coração deixa-o mais apertado em meu peito Depois de tudo minha mãe chega Me abraça e me conforta O meu pai chega na porta e pergunta o que aconteceu E por que estou chorando Não consigo falar nada Eu só conseguia sentir medo Machucar minhas mãos estava ajudando minimamente a me acalmar Passam-se algumas horas e consigo jantar Perturbado, abalado e traumatizado Fé