To preparado pra mais um turno Eu checo o período, hoje é o diurno Eu pego a marmita Beijo a mulher Beijo minha filha Sigo pro ponto apé Beijo o terço Rezo pra nossa senhora Chego no trampo após três horas Visto a farda Luz troca o turno Tem ocorrência, bora Sigo a chamada no meu camburão Vou atrás de ladrão pois sou da contenção To na cena do assalto Gritei, mãos ao alto Tiros me levam ao chão Mais um soldado na guerra Que não pode escolher o seu fim É o final da jornada Não vejo mais nada Meu sangue na terra cai Vou perguntar para o meu Deus Por quê será que os filhos teus Se destroem na guerra sem fim Meu Deus porque o mundo é assim Mais uma vez, porque meu Deus Por quê será que os filhos teus Se destroem na guerra sem fim Seu sangue na terra... Eu arremeço uma bomba de fumaça Eu chuto o balcão, estilhaço a vídrassa Agora eu vim buscar Passa a grana pra cá Enche logo o malote Que eu nao quero ver o alarme disparar Sinto o cheiro forte de enxôfre Entro para o cofre Vejo que é enxôfre Eu soco o guarda e ele sofre Ouço meu parceiro esbraveijar Lá vem os filhos de Tobías de Aguiar Eu ouço uma rajada de metranca Meu truta é atingido e na calçada ele manca Alguém diz: mãos ao alto Eu miro e acerto bem no alvo Infelizmente não consigo sair salvo Fui atingido bem no coração Logo cai com o malote na mão É o final da jornada Não vejo mais nada Meu sangue na terra cai Vou perguntar para o meu Deus Por quê será que os filhos teus Se destroem na guerra sem fim Meu Deus porque o mundo é assim Mais uma vez, porque meu Deus Por quê será que os filhos teus Se destroem na guerra sem fim Seu sangue na terra cai