Serei mil pares de pernas dançando em roda, em volta, Em roda, em volta, em roda Assistindo o shopping center queimar Quando a publicidade morrer e desintoxicar a felicidade E a cidade respirar o fluxo da terra, sem vaidade Tornando-se o tempo inevitavelmente lento Rebento do vácuo e do ócio E do saudável entendimento da necessidade de enxada Diária e pessoal na enxurrada de informações da rede social Quando o medo der lugar ao carnaval E a empatia desbancar o capital Quando o justo julgamento der mais tesão que o linchamento Quando o óleo não mais precisar ser arrancado e refinado Pra mover o carro do playboy Que tendo em pó o seu status quo, não terá mais camaro Ou empregado pra rebaixar E no facebook, cheio de ouro no look, Será visto como dodói e não herói quando ostentar Serei mil pares de pernas dançando em roda, em volta, Em roda, em volta, em roda Assistindo o shopping center queimar Quando o abraço atravessar as camisetas brancas dos brancos brandos Ex-cegos de um olho só, Não mais formos egoístas com nossos privilégios nós E não mais banalizarmos Até esvaziarmos O significado Do amor E quando em consequência disso tudo A grana ficar em segundo plano, Com o óbito do ágio miliciano das grandes corporações Nesse ano, o oceano humano superará as questões De gênero, social e racial E a justiça da mulher do negro e do índio Tomará de assalto a nave espacial Serei mil pares de pernas dançando em roda, em volta, Em roda, em volta, em roda Assistindo o shopping center queimar Eu digo Toda pressão represada entre os ombros do meu cotidiano Voará e cairá sobre o palácio dos vampiros do comando Eu digo Toda pressão represada entre os ombros do meu cotidiano Voará e cairá sobre o palácio dos vampiros do comando Serei mil pares Em roda, em volta, em roda, em volta, em roda Assistindo o shopping center queimar