Ê povo, tá que não pode Com o baque do pagode Nesses carnavais Deu piripaque, deu bode Sem tacape, quem nos acode Dos policiais? Ê Calunga Mãe do tocador Ê Calunga Mãe do patuscador Ai meganha Filho de feitor Ê povo tá que não guenta Tanta máquina cruenta A violar-lhe o chão O dique um dia rebenta Na taquicardia barrenta De seu coração Ê Galanga Mão do cavador Ê Galanga Mão do minerador Ai Germânia Dona do trator De tanto veio vazado Tanto viço avariado O povo deve dar de ver Mais uma vez um Monte Santo Soerguido em seu espanto Em cada canto em cada canto Da metrópole de ouro Dom Sebastião voltando ileso Da cruzada contra o mouro Cristo, Santo Espírito, Olorum Yá Quem há de ser o novo guia que o povo Intuía? Quem vai achar a mina que a pobre sina Redima? Quem vai baixar dum sonho e estancar o sangue Medonho? Quem vê no precipício o tempo propício Do início? Quem vai raiar o novo dia que o povo Dormia? Quem vai achar a mina que a pobre sina Redima? Quem vai baixar dum sonho e estancar o sangue Medonho? Quem vê no precipício o tempo propício Do início?