Na terceira década do século XXI Quando o Brasil estava quase devastado Surgiu do fundo da mata uma tribo sem elo nenhum Com o tal do mundo civilizado Montados em animais miraculosos Armados com arcos e flechas transcendentes As índias e os índios deixaram por onde passaram Os rastros da justiça com a qual sonhava tanto Toda nossa gente As índias e os índios deixaram por onde passaram Os rastros da justiça com a qual sonhava tanto Toda nossa gente Primeiro os arcos se dilataram E as flechas pulverizaram Os madeireiros ilegais inimigos dos seringais Depois miraram nos mineradores E nos barões monocultores Predadores dos bichos e frutos e mananciais E quando entraram nas cidades Cometeram as mais belas barbaridades Sopraram mil zarabatanas Nas passeatas insanas Tragicomédia da classe média Pedindo golpe, intervenção Pois então Os índios intervieram E sentaram o tacape no seu capitão Tá pra nascer Capitão que proíba A história da Revolução Caraíba Tá pra nascer Capitão que proíba A história da Revolução Caraíba No coração do Rio de Janeiro Os heróis foram ligeiro a um paradeiro Paramilitar pra lá da Zona Oeste E arrasaram feito a peste A gangue do cafajeste Que brincou de faroeste contra o povo brasileiro A história nos ensina e cantamos aqui Que os reis da carnificina precisam cair Vem, hoje é carnaval Vamos celebrar o caraíba E a guerra triunfal Que nos tirou da pindaíba Vem, hoje é carnaval Vamos celebrar o caraíba E a guerra triunfal Que nos tirou da pindaíba Os quatrocentões de São Paulo Os índios sacudiram dentro do Rio Tietê Os supremacistas de Santa Catarina Eles escalpelaram mas se recusaram a comer Os representantes do capital na capital Eles capturaram e enterraram vivos lá em Bacurau Mas quem diria Que a tribo não catequizada Filha da terra mais sagrada Que jamais soubera nada Do Deus das colonizações Seguiria seu exemplo Expulsando de seu templo Todos os vendilhões? A grande mídia Vinha perdendo a audiência E precisava com urgência Desbancar a concorrência Pra vender comercial Nada mal Pois a tribo vingadora Invadiu a emissora Na hora do telejornal Tá pra nascer Editor que proíba A história da Revolução Caraíba Tá pra nascer Editor que proíba A história da Revolução Caraíba Tá pra nascer Capitão que proíba A história da Revolução Caraíba Todos os olhos do mundo Miraram nosso estandarte E no top de um segundo Abalou-se o baluarte Da civilização Ficou lavrado nas atas Promulgou-se em toda parte Que os últimos magnatas Deveriam ir pra Marte Ou terminar na prisão E depois da pajelança Acabou-se o fim do mundo E todos os povos entraram na dança E depois da pajelança Acabou-se o fim do mundo E todos os povos entraram na dança Pois é carnaval Vem, hoje é carnaval Vamos celebrar o caraíba E a guerra triunfal Que nos tirou da pindaíba Na terceira década do século XXI Quando o Brasil estava quase devastado Surgiu do fundo da mata uma tribo sem elo nenhum Com o tal do mundo civilizado Blindados por anticorpos gloriosos Vestidos com a pluma das aves resplandecentes As índias e os índios deixaram por onde passaram Sementes da saúde com a qual sonhava tanto Toda nossa gente As índias e os índios deixaram por onde passaram Sementes da saúde com a qual sonhava tanto Toda nossa gente Primeiro os arcos se dilataram E as flechas pulverizaram Os madeireiros ilegais inimigos dos seringais Depois miraram nos mineradores E nos barões monocultores Predadores dos bichos e frutos e mananciais E quando entraram nas cidades Cometeram as mais belas barbaridades Sopraram mil zarabatanas Nas passeatas insanas Tragicomédia da classe média Pedindo golpe, intervenção Pois então Os índios intervieram E sentaram o tacape no seu capitão!