A noite vem, às vezes, tão perdida E quase nada parece bater certo Há qualquer coisa em nós inquieta e ferida E tudo que era fundo fica perto Nem sempre o chão da alma é seguro Nem sempre o tempo cura qualquer dor E o sabor a fim da mar que vem do escuro É tantas vezes o que resta do calor Se eu fosse a tua pele Se tu fosses o meu caminho Se nenhum de nós se sentisse nunca sozinho Trocamos as palavras mais escondidas Que só a noite arranca sem doer Seremos cúmplices o resto da vida Ou talvez só até amanhecer Fica tão fácil entregar a alma A quem nos traga um sopro do deserto Olhar onde a distância nunca acalma Esperando o que vier de peito aberto Se eu fosse a tua pele Se tu fosses o meu caminho Se nenhum de nós se sentisse nunca sozinho