Quero-te até aos ossos Com o limbo e as trincheiras Com as noites mal dormidas Do ingénuo da cegueira Apanhar-te os telhaços Que alguém deixou Quero o arrepio E o brotar das nossas rugas Ter a ponta dos cabelos Na ponta dos meus dedos E na ponta dos teus medos vou ficar E adormecer P'ra não mais acordar ♪ Quero-te com os gritos Com as lutas e as bandeiras Com a roupa desarrumada Desarrumas as ideias E uma vida inteira deita cor Quero-te acabar Folhas escritas, folhas brancas Quero ler-te devagar Respeitar-te e repetir-te Como quem as entranhas tem p'ra dar E adormecer p'ra não mais acordar P'ra ficares ao destino eu pedi Mas ele veio e riu-se de mim Nos recantos da alma ainda procuro por ti E se do teu vício me deste a provar Vou beber p'ra não mais acordar Vou beber P'ra não mais Acordar