Entras a matar Roubas-me o sossego Basta-te um olhar Encostas-me à parede P'ra ver até onde chego Atiras-me ao ar, roubas-me a rede Fazes-me dizer coisas sem sentido Brincas a fazer o que queres comigo A arder, lanço-me perdido Fazes-me morder a boca do perigo Há outro em mim que desconheço (que desconheces) Um bicho estranho que se insinua sem avizar (sem avizar) Que te recorte a sombra nua num fogo preso (num fogo preso) Que te fareja, avança e recua, pronto a saltar (a saltar) Desço pela curva dos teus rins muito devagar Ergueste em refexos de cetim em grande angular Aos poucos deixo-me arrastar E mais fica por contar Há outro em mim que desconheço Um bicho estranho pronto a saltar Há outro em mim que desconheço (que desconheces) Um bicho estranho que se insinua sem avizar (sem avizar) Que te recorte a sombra nua num fogo preso (num fogo preso) Que te fareja, avança e recua, pronto a saltar (a saltar) Há outro em mim que desconheço (que desconheces) Um bicho estranho que se insinua sem avizar (sem avizar)