Guardo as asas devagar Puxo o tempo para trás E ele nunca quer saber Porque os dias vão em frente E os ponteiros presos na corrente Deixam-nos sempre à mercê De um comboio louco sem travões De um rio em várias direções Avanço sempre sem cessar E eu só queria ter-te um pouco mais comigo Que o relógio não virasse mais o livro Mas não dá, não dá Porque o tempo passa sem deixar vestígios E eu tento me deixar ficar no sítio Mas não dá, oh, não dá Vais correndo o olhar E a saudade tão voraz Faz-me desaparecer Mas tu voltas lentamente Na memória de quem te quis sempre Eu levanto-me outra vez Mas só queria ter-te um pouco mais comigo Que o relógio não virasse mais o livro Mas não dá, não dá Porque o tempo passa sem deixar vestígio E eu tento me deixar ficar no sítio Mas não dá, oh, não dá Então aceito a sorte De te ter no passado Aceito a sorte De te ter encontrado Mas só queria ter-te um pouco mais comigo Que o relógio não virasse mais o livro Mas não dá, não dá Porque o tempo passa sem deixar vestígio E eu tento me deixar ficar no sítio Mas não dá, oh, não dá