Minha laranja amarga e doce, meu poema Feito de gomos de saudade, minha pena Pesada e leve Secreta e pura Minha passagem para o breve Breve instante da loucura Minha ousadia, meu galope, minha rédia Meu potro doido, minha chama Minha réstia de luz intensa, de voz aberta Minha denúncia do que pensa Do que sente a gente certa Em ti respiro, em ti eu provo Por ti consigo esta força que de novo Em ti persigo, em ti percorro Cavalo à solta pela margem do teu corpo Minha alegria, minha amargura Minha coragem de correr contra a ternura Minha laranja amarga e doce, minha espada Poema feito de dois gumes, tudo ou nada Por ti renego, por ti aceito Este corcel que não sussego À desfilada no meu peito Por isso digo canção castigo Amêndoa, travo Corpo, alma amante, amigo Por isso canto, por isso digo Alpendre, casa, cama, arca do meu trigo Minha alegria, minha amargura Minha coragem de correr contra a ternura Minha ousadia, minha aventura Minha coragem de correr contra a ternura Minha alegria, minha amargura Minha coragem de correr contra a ternura Minha ousadia, minha aventura Minha coragem de correr contra a ternura Muito obrigado Jorge Palma Ora prego, prego senhore Fernando Tordo