Fumo um cigarro deitado No mês de Janeiro Fecho a cortina da vida Espreguiço em Fevereiro E procuro trabalho Nesta esperança de Março Já me farta de tanto Abril E aquilo que não faço Espreito por um funil A promessa de Maio Porque esperar prometido Nessa eu já não caio Queimo os dias de Junho No sol quente de Julho Esfrego as mãos de contente Num sorriso de entulho Para teu grande desgosto Janto contigo em silêncio E lentamente esquecido Digo-te adeus em Agosto Meu Setembro perdido Numa esquina que eu roço E penso em Outubro O menos que posso Mas quando sinto a verdade Daquilo que cansa Nunca houve vontade Do tempo de andança Sinto força em Novembro Juro luta em Dezembro