Foram duas, foram três, talvez uma talha inteira Sou carneador das ovelhas num braço forte de angico Domingo santo, bendito, que a peonada bolicheia Berra encerrada as oveia a espera do sacrifício Salpica o sangue de estrelas Sobre o céu das alpargatas E o fio afiado da faca, mostra afinal a que veio A corrente que eu maneio facilita o carneador Eu que já fui ramo e flor, hoje sustento e carneio E se antes fui angico, sentindo o vento na cara Hoje sou eu quem agarra, assim me fiz carneador Enquanto a estância ressona num cochilo sossegado Eu levo a dor do pecado em cada ovelha sim, senhor! E se antes fui angico, sentindo o vento na cara Hoje sou eu quem agarra, assim me fiz carneador Enquanto a estância ressona num cochilo sossegado Eu levo a dor do pecado em cada ovelha sim, senhor! ♪ O sangue pinga na lata, exala toda fragrância Pra cachorrada da estância tudo é luxo e municio Pouco importa o serviço, a causa, necessidade Se obra de caridade ou fruto do sacrifício Eu também já fui consumo carneado pelo machado E o horizonte largo não vai além da mangueira A sombra da corticeira é donde moro, onde fico Sou braço forte de angico, sustento pra carneadeira E se antes fui angico, sentindo o vento na cara Hoje sou eu quem agarra, assim me fiz carneador Enquanto a estância ressona num cochilo sossegado Eu levo a dor do pecado em cada ovelha sim, senhor! E se antes fui angico, sentindo o vento na cara Hoje sou eu quem agarra, assim me fiz carneador Enquanto a estância ressona num cochilo sossegado Eu levo a dor do pecado em cada ovelha sim, senhor! Eu levo a dor do pecado em cada ovelha sim, senhor! Eu levo a dor do pecado em cada ovelha sim, senhor!