Eles combinaram de nos matar Mas nós combinamos de não morrer Se eles querem guerra, terror nenhum Só que o nosso povo não vai correr Mesmo que o tempo pssa fechar Independente do que possa acontecer Nosso povo nunca vai se entregar Nós só acreditamos em vencer Desacredita não pretin Que tua falta de fé É a melhor arma que eles têm Pra invadir tua cabeça, irmão E do pior de si, eles te fazerem refém Quantas ideias tortas vêm e vao Ás vezes é bom recuar Voltar para sua família E tentar se conectar com o que você é Ouvir histórias do passado Vindas da boca de quem passou Pelo que vocÊ tem passado E o brilho no olhar não se apagou Chame as crianças pra brincar E veja que no que tu ensina à elas Consiste o ato de se eternizar Feito um palhaço de folia Eu sigo dando vida ao amanhã Conduzindo a alma pra celebrações Onde a poesia é anfitriã Templo de malditos e abandonados Rituais pagãos, culto marginal Escola de excluídos e mal-amados Fonte de dignidade ancestral O encontro de um Jesus Cristo Preto Em Aruanda as voltas com Oxalá Rindo de toda cafonice De quem pinta de branca Iemanjá Mãe forte que de longe nos observa Eu peço sua benção pra rimar Em nome de cada irmãozinho preto Que na travessia ficou no mar Eles combinaram de nos matar Mas nós combinamos de não morrer Se eles querem guerra, terror nenhum Só que o nosso povo não vai correr Mesmo que o tempo pssa fechar Independente do que possa acontecer Nosso povo nunca vai se entregar Nós só acreditamos em vencer Nosso povo canta e dança a noite Pra poder tá mais forte de dia Por mais que nossa vida seja dura Nossos tambor pulsa Trazendo mais swing a melodia Ao caos que se faz presente agora Tu pensa no futuro e quase chora Anos duram minutos, segundos duram horas E a gente só se fode a cada nascer da aurora Eu já tô farto de ter que aguentar Cês tentarem me calar Se tentarem me calar Cês vão ter que aguentar Eu querendo o sangue de vocês na mão Eu bebendo gota por gota Pra lembrar de cada irmão Que daqui se foi antes dos 30 Com vocês dizendo "já foi tarde" É o mínimo que se pode esperar De uma gente acostumada a ser tão covarde Por isso eu digo, não se espera nada De quem quer tu atravesse Um oceano de desgraça a nado Povo inútil Povo desgraçado Depois vem vender bóia Como se não houvesse nada errado A existência de vocês é um erro Se for ao vivo, eu te pergunto Quantos pretos que têm na platéia Se for menos que brancos, então tá errado Ei lobinhos, eis aqui O Shere Khan diante a alcatéia E Jesus Cristo não é mogle de vocês Cês esperam um salvador E eu tô indo pra Salvador Empretecer o resto do país, de lá Até cês pintarem de preto a cor do Cristo Redentor Eis aqui eu sou o filho de Kemet Descendente de um povo que nunca cai Então entenda que definitivamente Quem nasceu pra Baobá Não aceita ser tratado igual Bonsai Eles combinaram de nos matar Mas nós combinamos de não morrer Se eles querem guerra, terror nenhum Só que o nosso povo não vai correr Mesmo que o tempo possa fechar Independente do que possa acontecer Nosso povo nunca vai se entregar Nós só acreditamos em vencer