Faz tempo eu tô com azia Durmo mal, tenho alergia Quando acordo, nem bom dia A ducha fria ainda me dói Em atraso permanente Escolho a roupa, escovo os dentes Abro a porta da frente E a luz do dia me corrói Então eu me pergunto Quando sobra algum segundo Em que eu reflito sobre o mundo Se funciona e coisa e tal Concluo que tá preta a situação Pra lá de azeda O leite que ainda sai da teta Nem sequer é integral Desesperado, eu penso em gargalhar Mas decido respeitar a minha dor Talvez seja melhor despirocar De vez, talvez, de vez, talvez, de vez No bus, eu subo afoito Engolindo algum biscoito Acotovelo logo uns oito Eu tô cansado e vou sentar Depois do chacoalhaço Tô no trampo e um palhaço Mesmo me vendo um bagaço Já começa a me ordenhar Digito, atendo o fone Meio-dia eu sinto fome Me levanto sem meu nome E vou pra fila do buffet Depois de 2 cigarros Acomodo o meu pigarro Me reponho de bom grado E termino o afazer Desesperado, eu penso em gargalhar Mas decido respeitar a minha dor Talvez seja melhor despirocar De vez, talvez, de vez, talvez, de vez Talvez seja melhor despirocar De vez, talvez seja melhor Despirocar de vez Talvez, talvez Cansado eu chego em casa O Willian Bonner me afaga Me contando alguma fábula De algo que ocorreu Requento qualquer rango Cambaleio até o meu canto Ainda nem fechei o tampo E o meu corpo adormeceu Desesperado, eu penso em gargalhar Mas decido respeitar a minha dor Talvez seja melhor despirocar De vez, talvez, de vez, de vez, talvez