Presentemente eu posso me Considerar um sujeito de sorte Porque apesar de muito moço Me sinto são, e salvo, e forte E tenho comigo pensado Deus é brasileiro e anda do meu lado E assim já não posso sofrer No ano passado Tenho sangrado demais Tenho chorado pra cachorro Ano passado eu morri Mas esse ano eu não morro Tenho sangrado demais Tenho chorado pra cachorro Ano passado eu morri Mas esse ano eu não morro Ano passado eu morri Mas esse ano eu não morro Ano passado eu morri Mas esse ano eu não morro Eu sonho mais alto que drones Combustível do meu tipo? A fome Pra arregaçar como um ciclone (Entendeu?) Pra que amanhã não seja só um ontem Com um novo nome O abutre ronda Ansioso pela queda (Sem sorte) Findo mágoa, mano Sou mais que essa merda (Bem mais) Corpo, mente, alma, um, tipo Ayurveda Estilo água, eu corro no meio das pedra Na trama tudo os drama turvo Eu sou um dramaturgo Conclama a se afastar da lama Enquanto inflama o mundo Sem melodrama, busco grana Isso é Hosana em curso Capulanas, catanas Buscar nirvana é o recurso É um mundo cão Pra nóiz perder não é opção, certo? De onde o vento faz a curva Brota o papo reto 'Num deixo quieto Não tem como deixar quieto A meta é deixar sem chão quem Riu de nóiz sem teto (Vai!) Tenho sangrado demais Tenho chorado pra cachorro (Eu preciso cuidar de mim) Ano passado eu morri Mas esse ano eu não morro (Esse ano eu não morro) Tenho sangrado demais (Demais) Tenho chorado pra cachorro Ano passado eu morri Mas esse ano eu não morro (Belchior tinha razão) Ano passado eu morri (Hey!) Mas esse ano eu não morro Figurinha premiada, brilho no escuro Desde a quebrada, avulso De gorro alto do morro e os camarada tudo De peça no forro e os piores impulsos Só eu e Deus sabe O que é 'num ter nada, ser expulso Ponho linhas no mundo Mas já quis pôr no pulso Sem o torro, nossa vida não vale A de um cachorro triste Hoje cedo não era um hit Era um pedido de socorro Mano, rancor é igual tumor, envenena raiz Onde a platéia só deseja ser feliz Com uma presença aérea Onde a última tendência é depressão Com aparência de férias Vovó diz, odiar o diabo é mó boi (Mó boi) Difícil é viver no inferno, e vem à tona Que o mesmo império canalha que não te leva a sério Interfere pra te levar à lona Revide! Tenho sangrado demais Tenho chorado pra cachorro Ano passado eu morri Mas esse ano eu não morro Tenho sangrado demais Tenho chorado pra cachorro Ano passado eu morri Mas esse ano eu não morro Ano passado eu morri (Vai) Mas esse ano eu não morro Permita que eu fale, e não as minhas cicatrizes Elas são coadjuvantes, não, melhor, figurantes Que nem devia tá aqui Permita que eu fale, e não as minhas cicatrizes Tanta dor rouba nossa voz, sabe o que resta de nós? Alvos passeando por aí Permita que eu fale, não as minhas cicatrizes Se isso é sobre vivência, me resumir à sobrevivência É roubar um pouco de bom que vivi Por fim, permita que eu fale, não as minhas cicatrizes Achar que essas mazelas me definem é o pior dos crimes É dar o troféu pro nosso algoz e fazer nóiz sumir Tenho sangrado demais (Falei!) Tenho chorado pra cachorro (Belo é o sol que invade a cela) Ano passado eu morri Mas esse ano eu não morro (Liberdade, irmão!) Tenho sangrado demais (Demais) Tenho chorado pra cachorro (Mais importante que nunca) Ano passado eu morri (Mas e aí?) Mas esse ano eu não morro Tenho sangrado demais Tenho chorado pra cachorro (Tenho chorado demais) (A rua é nóiz) Ano passado eu morri (E aí?) Mas esse ano eu não morro Tenho sangrado demais (Demais) Tenho chorado pra cachorro Ano passado eu morri Mas esse ano eu não morro Aí, maloqueiro! Aí, maloqueira! Levanta essa cabeça Enxuga essas lágrimas, certo? (Você memo') Respira fundo e volta pro ringue (Vai) Cê vai sair dessa prisão Cê vai atrás desse diploma Com a fúria da beleza do sol, entendeu? Faz isso por nóiz Faz essa por nóiz (Vai) Te vejo no pódio Ano passado eu morri Mas esse ano eu não morro