Cheira pólvora, frio de mármore Vê que agora há quantas árvores Condecora nossos raptores Nos arredores tudo já pertence aos roedores É hora que o vermelho colore o folclore É louco como adianta pouco, mas ore Com sorte, talvez piore Não se iluda, pois nada muda Então só contemple as flores e Acende a brasa, esfregue as mãos Desabotoa um botão da camisa Sinta-se em casa, imagine o verão Ignore a radiação na brisa Sintoniza o estéreo com seu velho jazz Prum pesadelo estéril até durou demais Reconheça sério que o mal foi sagaz Como um bom cemitério, tudo está em paz Em paz Em paz Em paz Em paz Tudo está em paz
Em paz Em paz Em paz Tudo está em paz Com o peso dos dias nas costas Brindamos com fel Num silêncio que permite ouvir As nuvem raspar no céu Sem faróis nos faróis Descendentes de faraós ao léu E a cena triste insiste em te dar um papel Em algum lugar entre a rua e a minha alma Estampido e a libido trepa, entre gritos de calma Bem louco de like brisa Que a rede social dá o que nóis quer Enquanto rouba o que nóis precisa Porque nada é sólido, nada Beijos cálidos, fadas Tudo insólito, cara Sente o hálito, afaga Rosto pálido, foda Eu quero um bálsamo, para Esse tempo sádico, encara Puta sonho inválido, acorda Ansiedade corrói como ferrugem O passeio dá vertigem Ver que os monstros que surgem Tem origem na fuligem do vale Quem diria, a pobreza de espírito aqui Fez a de grana se tornar um detalhe Dizem os jornais: Calma, rapaz Espere e verás, tudo está em paz Em paz Em paz Em paz Em paz Tudo está em paz Em paz Em paz Em paz Tudo está em paz