Buracos ao chão
Sente, degusta a chuva que não é purificação
Lanterna à mão, apontar pra frente em meio a escuridão
Desaconchegue nesse cego enredo
Completo se interna onde o sol não emana a luz
E o horizonte é inerte
Repele até o oposto no campo de atrito imposto
Ainda honesto, pós tortura, na minha posição sem posto
Degrada o sonho, adentra o rosto, o resto amargo
Pressuponho após a última dose, tentando afogar neurose
Aborte, corte quaisquer sem sorte, flerte com a morte
Desavento, quem doma a redoma grita: se entorte
Atmosfera, terra muda, presa no que cala
Mas dá pala, vala, ausente a verdade na fala
Desespero exala, se contenta ao afrontar
Ao tentar acompanhar do calcular ao te apontar
Limitado ao ocular e um dos fardos é testemunhar
O interagir do ocultar, o que faz ecoar e gritar
Daqui é interno, certo termo, cego desapego
Prego imerso, o existir não ergo, só me envergo
Invertido, do céu ao sol, traído, deformado
Sentindo tudo, nada visto, invisto no impalpável
Malícia nesse véu, tudo isso é luz, é ilusão
Qual a razão sobre a alusão?
Poeira alta e veste ao chão batido
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