As cadeiras na sala de estar Copos sujos em cima da mesa As garrafas perto do sofá Num escândalo de sutilezas Que insiste em nos perturbar E entre farpas e delicadezas Quem vai ser o primeiro a falar O que os olhos gritam com frieza O silêncio do que não se vê Mata um ao outro de ciúme A mão trêmula liga a TV Disfarçando como de costume Pensamentos que ninguém quer ter E uma luz antes do fim do túnel Dá a nossa voz um tom blasé E toda a paz se vai num segundo Nuvens e temporais Folhas voam soltas pelos quintais Quando eu ficar pra trás Lembre que um dia fomos iguais Até aonde a vista vai Só se avista a nossa tristeza Nuvens e temporais Cobrem o nosso céu de incertezas E escondem os nossos finais Lembra quando juramos fugir Nossos mapas tinham o mesmo norte Nossos nortes tinham o mesmo nome Nossos nomes tinham a mesma sorte Mas a nossa estrada quis um fim Nossos passos ficam apagados Somos a sessão que já passou A imagem de um futuro passado Nuvens e temporais Folhas voam soltas pelos quintais Quando eu ficar pra trás Lembre que um dia fomos iguais Até aonde a vista vai Só se avista a nossa tristeza Nuvens e temporais Cobrem o nosso céu de incertezas E escondem os nossos finais Nuvens e temporais Folhas voam soltas pelos quintais Quando eu ficar pra trás Lembre que um dia fomos iguais Até aonde a vista vai Só se avista a nossa tristeza Nuvens e temporais Cobrem o nosso céu de incertezas E escondem os nossos finais