Trêmula carne Feito bandeira no alto Feito estrelas no mastro Fórmula fácil Feito cinema na tela Feito dilema de vê-la (Tarde cinzenta) Feito água de chuva Muito mais do que benta Tarde cinzenta Feito água de chuva Muito mais do que benta Deserta sobre a serra alheia as torres da cidade Ondula o vento na madeira que o futuro é palma de mão Derrama o tempo na cadeira aos olhos do relógio E dobra o fio da navalha que o sangue logo se espalha Trêmula carne Feito bandeira no alto Feito estrelas no mastro Fórmula fácil Feito cinema na tela Feito dilema de vê-la Canta Tarde cinzenta Feito água de chuva Muito mais do que benta (Tarde cinzenta) (Feito água de chuva) (Muito mais do que benta) Injeta o sonho na poeira que a pedreira racha Faz o teu verbo de borracha que ele enverga e nunca se quebra Mas só não vá ficar pregado a cruz dos infelizes Dobrando sempre à mesma esquina Que você passou tantas vezes ♪ De tédio não morro hoje Tão cedo que vejo longe Tão nervo que viro carne Tão carne que viro suco Tão cedo que era de noite Tão magro que leva o vento Tão flor que virou cimento Tão velho que nasceu de novo Tão ágil que quase voa Tão claro que não se via Tão cansado que não dormia Tão grave que não ressoa Tão alto que não alcança Tão baixo que nem se enxerga Tão calmo que não sossega De tédio não morro hoje De tédio não morro hoje De tédio não morro hoje De tédio não morro hoje De tédio não morro hoje De tédio não morro hoje De tédio não morro Trêmula carne Feito bandeira no alto Feito estrelas no mastro Fórmula fácil Feito cinema na tela Feito dilema de vê-la Tarde cinzenta Feito água de chuva Muito mais do que benta Tarde cinzenta Feito água de chuva Muito mais do que benta