Depois de um mês infernal De jantares e presentes Do trânsito parado Que quase nos põe dementes Os miúdos estão de férias Já não sei onde os meter Ainda há que comprar lenha Está um frio glaciar E a chuva não ajuda O vidro a desembaciar A fila do bolo rei Não para de aumentar Pelos céus a ecoar Ouço os sinos a tocar Lá na torre da igreja Quando tudo corre mal Só nos resta cantar É Natal, é Natal! É noite de consoada As ruas são um deserto Já me cheira a rabanada E a aletria que eu detesto A família lá de fora Ainda vem no avião Quando já está tudo à mesa Dá-se início ao ritual Sinfonia de talheres O cão ladra no quintal O bacalhau ficou salgado Que o vinho trate de o esquecer Pelos céus a ecoar Ouço os sinos a tocar Lá na torre da igreja Quando tudo corre mal Só nos resta cantar É Natal, é Natal! Pelos céus a ecoar Ouço os sinos a tocar Lá na torre da igreja Quando tudo corre mal Só nos resta cantar É Natal, é Natal! Quando tudo corre mal Só nos resta cantar É Natal, é Natal! É Natal, é Natal! É Natal, é Natal! É Natal, é Natal!