Adianta não Tanta ternura terminada num plié Tanta brandura, tanto salto Tanto céu de pas de deux Ser bailarina num teatro tão pomposo Mas não ter chamego, aconchego Nem paixão pra lhe aquecer Quem será o amor da bailarina? Quem será? Quem será o amor da bailarina? Quem será? Primeiro ato Eis que a bailarina resolve se libertar De seus carmas, fardos e sagas e sai só A desbravar as curvas das madrugadas ♪ Sair de céu em céu pra ver o dia acordar Botar o salto alto, a sapatilha abandonar Jogar cabelo solto, do coque se livrar Ter vida de felina no salão daquele bar Quem será o amor da bailarina? Quem será? Quem será o amor da bailarina? Quem será? Segundo ato e os porres de fato A bailarina que antes só bebia Doses simbólicas em datas comemorativas Passa a se aventurar nas sarjetas e nas facetas das biritas ♪ Vinho, só uma dose até agora Até agora que parei nesse lugar Tem o tal do gin, tem o licor de abacaxi E aquela pinga pro corpo se soltar Quem será o amor da bailarina? Quem será? E será o amor da bailarina? Quem será? Ato final e o golpe fatal A bailarina se inclina na missão de desabotoar a blusa do tesão E com fervor e despudor se engaja Na incessante busca de desvendar o seu amor ♪ E agora já a tropeçar por esse bar Esse moreno vou dançar Vou sussurrar no seu ouvido E lhe beijar sem avisar E será que é o amor da bailarina? E será? E será que é o amor da bailarina? E será? E, e será que é o amor da bailarina? E será? Será o amor da bailarina? E será?