É, tenho gente que te conhece, com toda a certeza. 1º VERSO: Dás cartas e descartas a possibilidade de eu saber que tu tens um complexo de inferioridade, maltratas e relatas o triunfo de mais um parvo e concluo que tu não passas de outro controlado, porque afinal tu não estás enganado, estás iludido ao pensar que está tudo do teu lado, és um morcão por achares que está ganho e não perceberes que estás cego de mais para veres que estás preso na tua ilusão Eu sou ilusionista, sujidade sem vinil, com um espelho côncavo eu faço uma palavra valer mil, com um nariz de palhaço, um velho menos senil porque a felicidade põe-te sempre mais infantil Nem tudo o que parece é, é normal que não percebas que a minha cara não transmite o que me vai na cabeça posso estar feliz mas em baixo como um rodapé, roda o pé, torce o raciocínio e pergunta quem és. Quem é quem? Será que sabes? Eu sei que sei porque avaliar pessoas é cena que eu faço bem tira a máscara que trazes se fazes de conta porque eu sou perspicaz e vejo para além do que contas 2º VERSO: Quem é quem? Eu sei o que cada um contém porque avaliar pessoas é cena que eu faço bem ultimamente nunca pus o pé em falso sem saber a falsidade e o falso em quem confiei por isso eu trago uma lista negra comigo onde às vezes estão listados alguns supostos amigos não é por ter nascido contigo que eu confio dá-me provas para eu não ficar desiludido Isso é raro, eu raramente me iludo e o facto de eu ter uma raramente também ilude por isso é que são mais aqueles que eu desiludo por tirá-los da ilusão em que se baseavam para tudo Deixa lá, vai-te embora e não agradeças tudo o que fizeste por mim? pode ser que eu me esqueça porque entre ingratos e vira-casacas não há preferência tapa os olhos, a luz deste lado é muito mais intensa. REFRÃO 3º VERSO: Eu não sou um desses tais com quais tu brincas, ficas feliz quando vais por mais que finjas, eu fico feliz quando sais e mais sucinta- -mente quando estás com os pais e cais na tinta transparente, na verdade estás completamente exposto, mais um que é filho em casa e guna nas ruas do Porto sais a um filho da mãe que sempre quis escrever torto e sempre te bateu direito no lado oposto do corpo, nas costas em vez do rosto, todos começam assim Fim do início ou o início do fim, para quem sabe distinguir a lição dum incentivo é meio caminho andado para educares o teu filho mas se ele só é servido com desconfiança não te admires que ele de ti só queira a herança, e se o que dás receber a duplicar faz o que está ao teu alcance para equilibrar a balança.