Caboclo, quando sai, acorda o sol pela manhã Planta algodão, planta nuvens pelo chão À noite, quando volta, traz estrelas num bornal Cofres do sertão que semeiam no quintal Descendo do horizonte Ele tira seu chapéu Olhando um olho d'água Que cuspia para o céu Deitado na paisagem, na folhagem enrolou Pés de uma manhã caminhando pela luz O vento no seu rosto sopra leve, tira o Sol Como tira o pó de um velho paletó E pondo os pés na lama Seu sapato feito só De barro pra ser gasto Quando então pisar na grama