Foi revirando o que guardo na lembrança Do meu tempo de criança no sertão de Quixadá Que me lembrei naquelas noites no terreiro Chegavam quatro vaqueiro e sentavam pra conversar E as histórias que aqueles cabras contavam Envolviam e amedrontavam as pessoas do lugar Era do céu que descia a maldição Uma espécie de clarão, ninguém sabia explicar Naquela noite bonita e estrelada Eu e minha mulher amada numa barra circular Depois de um dia muito longo de trabalho E eu cansado pra caralho só pensava em me deitar Quando num susto levei uma queda danada E de repente na estrada uma luz vei' me cegar Com muito esforço consegui ficar de pé Procurei minha mulher e soltei o pau a gritar: "Corre, Margarida! Lá vem o Aparêi!" "Acontece sempre nas noite de lua cheia!" "Quem tiver suas cabra, pelo amor de Deus Que não saia de baixo de suas telha!" "Pois na noite passada ele veio e carregou minhas criação tudinho!" "Levou até minha cachorra, Baleia!" "Eita!"