Aquele pobre menino que a cidade conhecia Era orfão de pai e mãe, sem ninguém por companhia Com sua caixa de engraxar, não parava um só momento Para manter sua vida, quanta luta e sofrimento Herança que a sua mãe deixou foi a imagem de Jesus Que trazia em seu peito em formato de uma cruz Assim ele perambulava pelas ruas da cidade Na sua inocênte infância, sem pensar na realidade Era dia dois de Novembro e muita gente chegava Com ramalhete de flores e o cemitério enfeitava O menino estava ali mas dinheiro ele não tinha Pra comprar algumas flores e levar pra sua mãezinha Uma ideia lhe surgiu para o caso resolver Flores murchas e pisadas do chão se pôs a colher E assim atarefado ele quase não notou Alguém que se aproximava, pelo seu nome chamou O menino admirado se viu cercado de luz Vendo ali na sua frente a imagem de Jesus E sorrindo humildemente, Dele se aproximou E nas flores que trazia sua mãos ele tocou E foi naquele momento que o milagre aconteceu E o menino abismado de emoção até tremeu E aquelas flores feias que no chão ele pegou Num buquê de lindas flores em seus braços transformou