Conheci o Batistinha No tempo que eu fui peão Viajemo' muito tempo Tirando o boi do sertão Pra laçar um pantaneiro Batista era dos bão' Também era respeitado No lombo de um pagão Ele tinha por estima Um bão' cavalo arreado Um berrante rio-grandense Com o seu nome gravado O seu cachorro gavião Não saía do seu lado Três vidas bem diferentes Num só destino traçado A nossa última viagem Até hoje eu estou lembrado Nós vinha de Aquidauana Pra Barretos destinado Chegando no Porto Quinze Um boi ficou arribado Pra ir buscar o mestiço Batistinha foi mandado A noite foi se passando Ele não aparecia Meu coração palpitava Qualquer coisa pressentia No outro dia bem cedo Logo a noticia corria Do triste uivar de um cachorro Lá muito longe se ouvia Juntemo' a peonada Pra procurar o peão Na beira do pantanal Vi seu cachorro gavião Ali terminava o rastro Do seu cavalo alazão O berrante em cima d'água Foi que trouxe a solução O seu cavalo afundou Naquele brejo atolante Levando seu cavaleiro Pra outro mundo distante Não encontramos o seu corpo Mas a certeza é bastante Sei que era o Batistinha Pela marca do berrante