Numa ramada, num recanto do pomar Vivia sempre a cantar, um casal de passarinhos De manhãzinha, revoava ao relento Procurando alimento pra criar os seus filhinhos ♪ Porém, um dia, eu quebrei aquele ninho Peguei os dois filhotinhos e prendi num alçapão Os passarinhos pelas matas revoaram E assim, ele tratavam dos filhinhos na prisão ♪ Por um exemplo, eu prendi os passarinhos E soltei os filhotinhos que já sabiam voar Eles sumiram pelas matas do sertão Sem pensar que na prisão tinha alguém pra sustentar ♪ Vejam, senhores, que destino tão mesquinho Pois, igual aos passarinhos, se encontra muitos homens Que na pobreza, com trabalho são criados E, depois que estão formados, deixam os pais morrer de fome