Todos que nascem no mundo Tem seu destino marcado A sina do Zé Inácio Era negociar com gado Num transporte a Mato Grosso Ele ajustou dois empregados Porque os bois que ele comprava Dia a dia aumentava Seu trabalho era dobrado ♪ Zé Inácio, inocente Que nada desconfiava Que aqueles peões estranhos De má fé, lhe acompanhava Pra roubar sua boiada E o dinheiro que levava E aqueles desordeiros Mataram o boiadeiro Na hora que repousava ♪ Os dois seguiram viagem Cortando aquele estradão Vamos beber a saúde Na primeira povoação Enquanto um foi buscar pinga O outro ficou de plantão Não se esqueça do virado Pra nós ficar reforçado E atravessar o sertão ♪ Admirando a boiada O peão ficou a pensar Se eu ficar dono de tudo Mais rico que eu não há Quando o outro foi chegando Ele correu, amoitar Com dois tiros bem certeiros Liquidou o companheiro Que acabava de chegar ♪ Tem um ditado no mundo Quem muito quer, nada tem Quando foi comer o virado O castigo pra ele vem Pois estava envenenado E alí, morreu também Hoje, aquela boiada No sertão vive, alongada E não pertence pra ninguém