Eu sou um babuíno, ferido e andando em círculos Suas palavras de conforto, eram um suplício É imutável para os olhos e quente como o inferno Eu tentei olhar pra luz, mas os meus olhos ficaram cegos Abra as portas para o fogo e a água se dissolverá Eu tentei, eu tentei, eu tentei Eu tentei, eu juro que eu tentei Eu olhei, eu arrisquei, eu asfixiei Estava torpe, sempre muito torpe e torto Passava mal todo dia, toda quinta Vomitava um pouco para o tempo passar Sem saber que o medo faz a coisa voltar Cavava um pouco, cavava sempre todo dia Ele cavava, ele cuidava, ele plantava, ele colhia Fumava para o tempo passar Sem saber que o medo faz a coisa voltar Tu és um pássaro que voa perdido nas sombras da noite E eu sou a maior raposa que te espreita É imutável para os olhos e quente como o inferno Eu tentei olhar pra luz, mas os meus olhos ficaram cegos Tu és, o corpo que flutua Tu és, o éter que ilumina Eu tentei, eu tentei, eu tentei Eu tentei, eu juro que eu tentei Eu olhei, eu arrisquei, eu asfixiei