É pra tocar na tribo Pajé declama Ascende a Chama Deixa o Caboclo tocar Deixa o Caboclo tocar Deixa o Caboclo tocar Deixa o Caboclo tocar Por cada sangue destilado a fim de preencher as taças Que brindam de forma trágica mais um latifúndio E os que continuam sofrendo, sobrevivendo Conjugados no passado e é muito mais do que gerúndio Tempo sombrio o cenário é tenebroso A cura tá na mata e ele só quer matar A luta é de classe, não tome partido Se enforcou na corda quem quis só concordar Se encaixou na forma só pra se conformar E cada lágrima que escorre pelo rosto Irrigando sementes de desgosto neste pomar Mas vi ecoar, a voz do grito Que me fez levantar da tumba, Ao som do tambor E o futuro é percussivo e precursor Na virada do timbale embalou meu louvor. É pra tocar na tribo Pajé declama Ascende a Chama Deixa o Caboclo tocar Deixa o Caboclo tocar Deixa o Caboclo tocar Deixa o Caboclo tocar O jornal sem efeito moral Joga bomba de gás do riso Me faz rir de nervoso Planejam um novo holocausto transmitido E narrado comentado com o louco do fausto E a ironia entenda amigo Hoje em dia o nazista mora Em campos de concentração de renda E esse povo odeia Quem mora na aldeia E não se cala fazem dança da chuva De bala nosso gene indígena Só aparece como canibalismo Pela carne que é mais barata do mercado E quem não oferece o dízimo e dizimado Porque é visto como um desalmado Só que eu vou na fé e nao na sorte No país onde a morte quer virar esporte E com o som do caboclo meu corpo se fecha Minha boca vira arco e a palavra vira flecha É Pra tocar na tribo Pajé declama Ascende a Chama Deixa o Caboclo tocar Deixa o Caboclo tocar Deixa o Caboclo tocar Deixa o Caboclo tocar O governo não vai fazer por nóis Meu povo, só é Deus quem vai fazer por nóis A polícia não vai fazer por nóis Vamo para de se matar, Meu Deus, olha por nóis