Kishore Kumar Hits

Amiri - Território Inimigo şarkı sözleri

Sanatçı: Amiri

albüm: Território Inimigo


Aí ela me mandou embora porque eu ganhei neném
Ela não queira que eu levasse meu filho pro trabalho
Xingava ele negrin', tudo quanto é nome
Aí eu falei: Como é que vai fazer?
Como é que vai fazer?
Como é que vai fazer é que eu acho melhor cê ir embora
Eu não fiz nem pré-natal, que ela não deixou
Eu ia e voltava todo dia
Andava meia hora a pé, grávida, com barrigão
Nem vale-transporte ela me dava
Ela falou que eu podia procurar a justiça
Que ela não pagava, não
Que se eu pusesse cinco advogado, ela põe dez
Aí eu fui ver a lei
Peguei esse papel aqui e levei lá pra ela
Me tratou que nem um cachorro
Falou que isso aqui não vale de nada
Ela nunca assinou minha carteira
Quando cuidava do menino, era só a mãe preta
Falava pro menino: A mãe preta tá chegando
Eu moro numa favela, num lugar pobre
Não tem nada, quatro filho, meu marido–
Trouxe a força de Zeferina na ponta da flecha
Miro e acerto a testa de facho
Sei bem que querem meu couro
Mas aqui não vai ter brecha
Minha luta é um ato sem trato
Com sinhô' e capitão do mato (aham)
Sou estrangeira num país que se ergue à minha custa
Perseguida como Anastácia, mas não falta astúcia
Corpo preto alvejado pra todo lado com aval do Estado
Sério que diante disso é meu nariz que assusta?
Malícia na fuga da milícia que mata Letícias
Ó' o tanto de notícia, essa porra não é fictícia
O tempo todo é revista, nunca me vi na revista
Não me pede calma, sou preta, não posso ser pacifista
Tô pra explodir casa grande, bem Django Livre
Foder mente branca supremacista que me oprime
De legado à ginga que não deixa pilantra ileso
Então diz agora que o quilombo não tem peso
Eu dava aula em cinco escolas
Quando mataram a minha irmã
E eu fui mandada embora de três no final de 2018
Você não presta mais pra gente
Porque a sua imagem é muito forte
E você é irmã da Marielle
Então, por favor, retire-se
E quem segurou as minhas pontas
Foi o movimento de mulher negra
Ou a gente ia ser engolido pela galerinha
Que canta muito bem, que é muito branco
Que chega lá e fala: Ah, é Marielle presente
Mas ó', pra família, ó'
Você viu aquele mano na porta do Extra?
Um racista quem matou e a vítima preta não presta
Se a missão deles é matar um leão por dia
A nossa sempre vai ser criar mil leão por dia
Em zoológico? Não, livre em savana
Afropunk não é Fernando Holiday
Morô', bacana?
Território inóspito
Nóis não morre em hospital
Trampa muito bem, canta muito bem, vive muito mal
Se espantam com racismo em reality show
80 tiros são o quê? Um brutality show
2019 ou 65?
Veja quem favorece as leis do seu ministro
Preto calado é muito bom, nada controverso
Preto em manifesto agora é racismo reverso
Enquanto eu converso, vários preto morre
Momento adverso, os coturno não socorre
Não é o meu discurso que é de ódio
Ódio é o que cê sente quando eu subo no pódio
Eu vi você
No cinema aplaudindo um gato preto
Eu vi você
Mudar de calçada por causa do preto
Eu vi você
Negar para um preto um bom atendimento
E desconfiar do atendimento de um cara preto
Mania de perseguição?
Não, meu amigo
Isso é saber que eu sobrevivo
Em território inimigo
O que eles fazem com a gente
Dentro da nossa comunidade é uma matança
Eles vêm pra nos caçar
A gente morre com guarda-chuva na mão
Com carteira de trabalho no bolso
Você tá na escola, você morre
Porque eu falei: O quê aconteceu?
O quê houve?
O quê aconteceu com a Maria Eduarda?
Tia, vem depressa
Os policial acabou de matar a Maria Eduarda
Dentro da escola
Nós três, Anarka, Amiri e Jota na pista
Com KL Jay que tufo-tufo risca
É isso que chamo de ter bala na agulha
Tem do tipo de cor que sempre para a patrulha
Mas como eu não sou um branco de dread, fato
Que recebo outro olhar desse bando de pé de pato
E eu sou equivalente a uns sete gatos
Preto, por isso o som não entra num set fraco
É fraco, é metade, eu sou fourteen
Então pode pá, black vem por mim
Um por amor, dois por amor vim
Três por dinheiro e os moleque bem gordin'
Back to black é que nos wack vim por fim
Não é que não curto, é que meu rap tem cor sim
Eu sou ladrão de cena, então dispensa teu aval dos (boy)
E nesse caso pode pensar que é um assalto, boy
(Um assalto, boy, um assalto, boy)
O Estado brasileiro sempre criminalizou
A sua maior população, que é a população negra
Um exemplo clássico é o código penal de 1890
Ela sempre foi uma lei de exclusão
Porque ela sempre foi uma lei que visa proteger o patrimônio
Quem tem patrimônio? A burguesia
Não é o proletariado
O código então vem legitimar a exclusão
Que até então nós sempre tivemos
A República que emerge com a queda do Império
E com a abolição da escravidão
Ela tem claramente um projeto de exclusão
De fato, estabelecer um sistema operacional eurocêntrico
Numa sociedade brasileira
Cuja maioria da população era negra
De origem africana ou indígena
Olha que absurdo
Nós não somos uma democracia racial
E acho que é por isso que o abandono
Se constituiu numa política de genocídio mesmo
E que vigora até hoje
Porque a vida dos nossos garotos não vale nada
Não vale nada
Principalmente de 15 a 29 anos
Sendo assassinados todos os dias
Então se quiser saber
Ah, existe racismo no Brasil?
Pergunta a polícia
E não interessa que a polícia seja também negra
Não interessa
Porque ela foi ensinada àquilo
Estamos escravos até hoje
Com uma outra roupagem
Com uma outra ideia
Os pais também precisam se reeducar
Quando eles são racistas
Mas se você raciocinar como um sistema montado
Para exclusão social
E proteção de determinado grupo de pessoas
Você vai entender que o código penal
É um instrumento de controle social
Instrumento de controle social
Instrumento de controle social
Instrumento de controle social
Instrumento de controle social

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