Da vida, levo aquilo que deixarem A lua, o mar, o vento, a tempestade E levo os sonhos loucos que sonharem Reconquistar por fim, a liberdade Da terra, levo o cheiro a maresia A leve brisa vã da primavera E trago em mim a terna poesia Dos braços de quem dorme à minha espera Do meu país eu levo a memória De tantos que o souberam defender Levo dos seus poetas toda a glória De quem usa a palavra a combater Trarei em mim, para sempre, o doce canto Do fado, feito lágrima e lamento Levo toda a alegria, todo o pranto E levo-te a ti, amor, no pensamento